A ideia de jardim na cultura ocidental sugere, desde logo, o Genesis, o Éden e o episódio da criação do ser humano, ou seja, a própria Vida. Muitos jardins foram pensados e planeados como representações alegóricas do próprio mundo e podem ser traduzidas em vários quadros a que podemos chamar “paisagens”.
Na exposição O Jardim Misterioso procuramos traçar um percurso visual percorrendo um conjunto de “janelas” através das quais podemos observar vários aspetos do Parque Botânico do Monteiro-Mor sob uma perspetiva melancólica que traduz, afinal, um estado de alma profundamente marcado por este tempo tão perturbador do mundo presente e das nossas existências.
Paulo Ribeiro Baptista (n. 1960) é fotógrafo, historiador da fotografia e historiador de arte tendo estudado, refletido e lecionado nos domínios da arte e da paisagem. Como fotógrafo participou em exposições desde 1982, nomeadamente na III Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1986. Nos últimos anos tem intensificado a sua atividade expositiva, com recentes exposições no Museu e Centro de Artes de Figueiró dos Vinhos (2018), na Casa Independente (Lisboa, 2018), e na Casa das Artes de Tavira (2019). É investigador e curador, doutorado em História da Arte/História da Fotografia e tem publicado diversas obras e ensaios, nomeadamente sobre paisagem e fotografia.